sábado, 3 de julho de 2010

http://fotografia.folha.com.br/galerias/232-argentina-x-alemanha#foto-5162
Don't cry for me, Argentina
(Ou Maradona foi reduzido a pó)
Emanoel Barreto

Don't cry for me, Argentina.
Teu tango está tão perdido
Quanto meu samba entristecido.

Don't cry for me, Argentina.
Chora antes por teu Messi
Que não fez gol nem deu passe
- nem mesmo com muita prece.

Don't cry for me, Argentina.
Maradona só tem marra
Que amarra tua honra.

Don't cry for me, Argentina.
Chora antes por teus craques
Que têm o poder de um traque.

Don't cry for me, Argentina.
Chora então por teus pimpolhos
Que também como meu samba, desperdiçaram o ouro.

Don't cry for me, Argentina.
Maradona, arruaceiro, agressivo, baderneiro
foi reduzido a pó.

sexta-feira, 2 de julho de 2010


O DIÁRIO DE BICALHO
Honorável Diário,

Ontem aprendi grandes coisas. Grandes coisas, entende? Tudo isso por haver encontrado um grande homem, amigo velho de tempos de antanho. Os tempos de antanho foram os melhores, pelo que sei.

Pois bem, ao entrar no elevador a fim de dirigir-me ao meu escritório no 37º  andar, encontro a grande figura humana de Quaresma. Quaresma, já pensou? Só nome já mostra quem ele é. Deve fazer jejum e grandes penitências. E disse-me coisas, coisas alvissareiras: agora, anda com os bolsos da calça e do paletó cheios de velas.

"Para quê?", perguntei. "Pagar promessas", disse, com um certo ar solene.

"Promessas?". "Sim, promessas. Sempre que estou em perigo faço logo uma promessa e acendo uma vela".

Vi que ali estava pessoa em quem poderia confiar. Homem muito rezador, ciente de altas ciências.

Ele ia para o mesmo andar que eu. Lá tenho meu escritório e ele o dele. E lá nos fomos, metidos naquele perigosíssimo elevador. Eu contador, ele advogado. De repente, o claustrofóbico meio de transporte começou a ranger e a tremer.

Quaresma, mais que depressa, ávido, melhor diria desesperado e ingente, meteu a mão no bolso interno do paletó e sacou uma vela. "Promessa?, chegou a hora de uma promessa?", quis saber, já em pânico.

"Sim", respondeu, "estamos em sério perigo". Não duvidei: um homem que anda cheio de velas e ainda por cima faz promessas a qualquer instante deve ser levado em consideração.

"E o que devo fazer: devo me ajoelhar, pedir, rezar, implorar?". Em resposta, deu-me sábio e ponderado conselho: "Sim, ajoelhe-se, mas, em vez de rezar, comece a gritar. Gritar por socorro." 

 Imediatamente atirei-me ao assoalho do elevador e gritei o mais alto que podia. "Pelo amor de Deus, socorro! Qualquer um, socorro!" O elevador, aquela assustadora máquina certamente criada para aterrorizar pessoas de pouca fé como eu, agora além de ranger e tremer batia de um lado para o outro naquele túnel maluco por onde trafega.

Aqui pra nós, às vezes penso que elevadores podem endoidecer e nos levar para as entranhas da Terra ou nos atirar ao espaço onde nos perderemos para sempre.

Mas, Quaresma rezava aquelas rezas bem baixinho, rezas de velhinhas quando estão na igreja. Devem ser as mais fortes, porque ninguém entende nada. E o que não se entende é porque é coisa de sumíssima importância. E ficou aquela cena: ele mastigando palavrinhas e eu berrando.

De repente, ele também começou a gritar. Aí eu passei do pânico à loucura total. Se um homem de velas, rezas e promessas está gritando, boa coisa não vai acontecer. O elevador, nesse momento, já pulava feito um doido.

Veio o pior, então. Ele prescreceu: "Acenda já alguma coisa, que a vela está ficando fraca. Vamos ver se outro fogo ajuda."

Eu retruquei: "Mas a vela ainda está no começo e a chama está forte."
"Engano seu. Essas velas de hoje são falsificadas. Descarregam depressa. Não viu que ando com muitas?"

"Acenda outra", eu disse.

"Não vale. O penitente não pode acender duas velas para uma mesma promessa. Outro fiel tem de ajudar."

Eu tinha uma caixa de fósforos. Acendi um, mas o fósforo também devia ser falsificado, porque logo se apagou. Eu tinha comprado fósforos com a carga vencida. Não se pode mais confiar em fósforos hoje em dia. Em desespero abri a caixa e toquei fogo em todos os fósforos ao mesmo tempo.

Houve uma pequena explosão e o elevador foi inundado de fumaça. Então, água começou a entrar no elevador. Uma verdadeira inundação. Os fósforos tinham disparado o sistema automático de combate a incêndio e todo o edifício estava sendo inundado.

Afinal o elevador parou no 37º andar. Quando saímos, molhados e dando graças por haver escapado, fomos presos. Acusados de incendiários. Mas, graças a Deus o delegado era um homem bom. Compreendeu nosso fervor e nossa fé e nos liberou.

Antes de sairmos, após tão rápida prisão, entendi o motivo. O delegado, que tinha medo de bandidos, também andava com um monte de velas nos bolsos.



Volta Garrincha! Volta!

Volta Garrincha! Volta espírito brincalhão, verdadeiro e forte.
Volta Garrincha! Volta!

Volta para entortar defesas, descobir gols, fazer vitórias.
Volta para transformar o futebol no grande hino da pátria de chuteiras.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Insônia Bar



Caras Amigas,


Caros Amigos,


É hoje a inauguração do Insônia Bar, ambiente refinado e descolado. Não podemos perder.

Emanoel Barreto
http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=20204364&postID=4381591832936888379
Dilma toma chá, um índio vem da costa e Marina troca natureza pela Natura
Emanoel Barreto

A história republicana brasileira tem na sua vida partidária uma das mais sólidas manifestações de que tipo de democracia é por aqui perpetrada: as elites, aqui compreendendo-se o termo em sentido o mais largo possível, sempre se conluiam a fim de manter, mesmo que em processo de mutação, um determinado status quo. Aliás, a mutação, o rearranjo de forças é que garante a sustentação do establishment.

Pego três exemplos recentíssimos, fortes, ainda bem vivos e pulsantes:

1) O PSDB, que nas aparências formava um ser político monólito ao DEM, de repente apareceu com um candidato a vice em chapa puro-sangue. De repente as aparências ruíram e os demos entraram em ação. Resultado: o senador Ávaro Dias, ungido de última hora à condição de missionário ao lado de Serra é retirado do proscênio para ceder lugar a um político de nome esquisitíssimo: Índio da Costa, ilustre desconhecido de tamoios e tupiniquins, caetés e tupis. Agora chega para tocar a inúbia.

Resumo da ópera: de repente, não mais que de repente, surge um bravo guerreiro para trazer paz à maloca. E os demos e tucanos forçam a aparência de que tudo está, sempre esteve, em ordem e que todos são, realmente, homens e mulheres que se confiam mutuamente. Não são.

2) A senadora Marina Silva, campeã da causa verde, respeitada pela sociedade civil de todo o mundo, quem diria, caiu nas malhas da grande empresa, aliando-se ao dono da Natura. Esqueceu a floresta pelas cosmética indicação do magnata Guilherme Leal. Nada mais desleal para quem nela confiava.

3) Quanto a Dilma, um registro da Folha é bastante explícito para mostrar a quantas anda a coerência partidária. Reuniu-se anteontem com um grupo de socialites, a fina flor da burguesia de São Paulo, atendendo a convite do empresário Abílio Diniz, dono da rede Pão de Açúcar.

Ou seja: passou uma boa parte daquela tarde tricotanto com mulheres riquissímas e estúpidas. Ou seja: em processo de rendição aos que têm poder. Diz a Folha que todas saíram do encontro "encantadas" com a candidata - mas votando em Serra. Fica a pergunta: o que é isso, companheira?

O que pretendo dizer com tudo isso? Não, não estou pregando a revolução, o grito às armas contra o capital e seus efeitos colaterais perversos. Nada disso. Apenas enfatizo a velha e conhecida cantilena dos políticos, que se apresentam como salvadores da pátria etcétera e tal.

Alguém pode argumentar que se trata de "pragmatismo", guerra de posição, ocupação de espaços em favor de causa maior. Pode até ser, mesmo que seja só um pouco - pelo menos no caso de Marina e Dilma.

Mas é também, é como é, a avoenga e poderosa reprodução do poderio das elites - Marina e Dilma são uma forma desse elitismo, elite no sentido de pertencimento ao Poder - na perpetuação de um determinado quadro da política brasileira que não visa reformas essenciais na estrutura, na conjuntura e na superestrutura.

Não há uma reforma da forma mentis, do pensar dos políticos e dos seus intentos. Afinal, desde a ágora, o discurso, a sedução do outro, a argumentação, a retórica, têm definido os rumos da Cidade. Dizer, não quer dizer fazer.

E pior, nem todos os mares nos levam a Ítaca.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

segunda-feira, 28 de junho de 2010

http://www.zaroio.com.br/i/o/200612150239162.jpg
Gol, ora pro nobis
Emanoel Barreto

Gol, ora pro nobis.
Bola, ora pro nobis.
Chuteira, ora pro nobis.

Dor, ora pro nobis.
Fome, ora pro nobis.
Medo, ora pro nobis.

Deus, amigo Deus, até que ponto
terei que orar para que esse povo
não ore só pro bola?

Deus, amigo Deus, até que ponto
iremos chorar
neste vale de lágrimas?

Até quando a lágrima, Deus,
vai comemorar gols, Deus?
Em vez de pedir, exigir, cobrar, pão e bonança, Deus?

Deus? Deus? Deus...............................................................?
 Folha anuncia dabate inédito na internet

Diz o jornal: A Folha e o UOL, o maior jornal e o maior portal de notícias do Brasil, promoverão com os três principais candidatos à Presidência um debate eleitoral inédito a ser transmitido em vídeo, ao vivo, pela internet, no dia 18 de agosto. Se houver segundo turno, haverá novo encontro em 21 de outubro.



Já aceitaram formalmente participar Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Os três candidatos estarão frente a frente por duas horas e meia, a partir das 10h30 da manhã -quando a internet em geral registra a maior audiência.


Metade do debate será apenas entre os próprios candidatos fazendo perguntas entre si. Um moderador controlará o tempo.


Na segunda parte do debate, os candidatos responderão a perguntas de internautas, que serão coletadas pelo UOL e pela Folha.com ao longo das próximas semanas.


Ao final, Dilma, Serra e Marina responderão a perguntas formuladas por jornalistas da Folha e do UOL.


Com o objetivo de democratizar o acesso ao encontro, todos os meios de comunicação interessados poderão compartilhar e transmitir o sinal de áudio e vídeo do debate. Portais de internet, emissoras de rádio, TVs e outros veículos terão amplo acesso para fazer a cobertura jornalística do evento.






SEM NANICOS


A legislação eleitoral impõe restrições à realização de debates em emissoras de rádio e de TV. É necessário convidar todos os candidatos cujos partidos tenham eleito deputados em 2006 e continuem com representação no Congresso. Há sete concorrentes a presidente neste ano nessa situação, sendo que dois terços (cinco) precisam aceitar as regras propostas para o encontro.


No caso da internet, a liberdade é plena. Não existem restrições. Dessa forma, o debate Folha/UOL entre presidenciáveis deve ser o primeiro -e talvez o único- no primeiro turno que contará apenas com os três candidatos principais -sem necessidade de convidar os postulantes com taxas muito pequenas nas pesquisas.


Nos quatro debates já anunciados por emissoras de TV (Bandeirantes, Rede TV!/ Folha, Record e Globo), o número de candidatos presentes deve ser maior do que três, tornando o confronto de propostas mais difícil.


As negociações da Folha e do UOL com os três candidatos para chegar a um acordo sobre data e formato se arrastaram por quase seis meses.


Apesar de a lei ser clara, parte dos candidatos mostrou incerteza sobre realizar o encontro sem atender às regras impostas à TV e ao rádio.


Como meios de comunicação não podem formular perguntas diretamente ao plenário do Tribunal Superior Eleitoral, a Folha e o UOL fizeram então um pedido de esclarecimento por meio de consulta formal apresentada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). O TSE dirimiu todas as dúvidas no dia 16 passado, liberando a web para realizar debates eleitorais.


Durante as negociações para preparação do debate Folha/UOL, chegaram a ser propostas datas em abril, maio, junho e julho. Serra e Marina acabaram aceitando a data de 19 de julho, mas Dilma preferiu o encontro apenas em agosto.


"A confirmação da presença da candidata Dilma Rousseff nesse evento da Folha e do UOL mostra nossa disposição de debater programas para o Brasil seguir mudando", declara o coordenador de comunicação da campanha petista, o deputado estadual Rui Falcão (SP).


"O candidato José Serra participará do debate da Folha e do UOL porque está disposto a confrontar ideias e propostas. Só lamentamos que a candidata do PT tenha preferido fazer esse debate apenas em agosto e a Folha tenha concordado com isso", informou a equipe de campanha do tucano.


Para João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina, "o debate na Folha e no UOL é fundamental para promover um amplo diálogo com a sociedade".








Na África do Sul é assim:  cueca de branco mete neguinho na cadeia
Emanoel Barreto

A Folha informa: Durante o tempo que permaneceu hospedada em um hotel de luxo em Rustemburgo, a delegação inglesa foi vítima de diversos furtos. Entre as "lembranças" levadas por funcionários do local, estava até uma cueca.


"Tudo o que foi roubado foi recuperado, e eles [os ladrões] estão atrás das grades", disse um porta-voz da polícia, Junior Metsi.


Os roubos foram realizados por funcionários do hotel e teriam começado a acontecer em 21 de junho.

Além da cueca, que não teve o dono revelado, uma camisa dos Estados Unidos foi levada, trocada no empate em 1 a 1 dos ingleses na estreia do Mundial. Cerca de US$ 750 [quase R$ 1.330] e uma medalha concedida pela Fifa foram roubadas também. O nome de nenhum atleta furtados foi divulgado.

No domingo, dia em que as queixas foram feitas, os casos foram rapidamente solucionados. Buscas foram feitas em casas de funcionários suspeitos e os bens foram encontrados. Cinco pessoas foram condenadas à três anos de prisão e multadas em cerca de US$ 800 [mais de R$ 1.400].
..........

São altíssimas as penas de prisão alicadas a sul-africanos que se envolverem em algum tipo de violência contra qualquer branco estrangeiro durante a Copa . Pelo que li e vi na TV há casos de até 15 anos de cadeia. Tudo por imposição da Fifa.

Mais claramente o Poder Branco, mediante a "autoridade" de ente privado, a Fifa, determinou, e os "negros" cumpriram. É mais uma forma abjeta de domínio, um resquício do colonialismo europeu. Mais claramente, o Estado sul-africano de forma servil, covarde, torpe, ignóbil, estabeleceu, ao que me parece, uma legislação casuística e perversa.

Não se trata de defender criminosos. O que está em causa é a dignidade de todo um povo já tão maltratado e historicamente vilipendiado.

A prisão, conceitualmente, não se dirige ao indivíduo infrator, mas à sua condição de negro, predominantemente a etnia com supostas tendências criminais. Lombroso não faria melhor. Só falta medir a conformação craniana do preso para diagnosticar o "criminoso nato".

Agora atenção: a mesma coisa deverá ser exigida do Brasil. E aqui, neguinho vai ter que chiar. Ou vamos engolir calados a lei da cueca?

domingo, 27 de junho de 2010



Se beber, não vote
Emanoel Barreto

Vai começar a campanha eleitoral. Dez conselhos úteis:
  1. Se beber, não vote.
  2. Se votar, beba para esquecer.
  3. Se bebeu para esquecer é trabalho perdido: já votou. Era o que eles queriam.
  4. Não veja programas eleitorais. Eles são um porre.
  5. Quem está de porre não deve votar, como já indicado.
  6. Pior que ver programas eleitorais é rever programas eleitorais. Dá enxaqueca.
  7. Quem vota não pode dar meia volta.
  8. Insistimos: se beber não vote.
  9. Ou melhor: apenas não vote.
  10. Evite problemas colaterais. Você sabe quais são.
O DIÁRIO DE BICALHO

Colendo Diário,

Tenho percebido que indivíduos molestos e de sombrios intentos parecem querer me sequestrar. Acho mesmo que a mocinha que serve café no escritório está de campana para eles. Como sei? Simples: depois de beber a terceira xícara hoje de manhã, senti que estava meio tonto. Claro, um homem entontecido é facilmente capturável e pode ser levado a qualquer lugar.

Então, precavido que sou, entrei em contato com um amigo policial que me advertiu: "Cuidado, que mocinhas que servem café são famosas por sua temibilidade". Então, como ainda me sentia tonto, fui à casa de um amigo, médico, em quem eu esperava poder confiar.

Ledo engano. Lá chegando, fui tomado por horrível surpresa: meu amigo, em vez de levar-me ao gabinete, encaminhou-me a local onde está desenvolvendo terribilíssima experiência: está criando milhafres, amigo. Milhafres, entende? Quem cria milhafres, amigo Diário, é pessoa em quem não se pode confiar.

Os milhafres, quando me viram, começaram a crocitar. Com certeza preparavam um ataque a qualquer momento. Ele, calmamente, falava de como aqueles pássaros sinistros eram dóceis e bons e de como, treinados, poderiam se tornar guardiães perfeitos de uma casa.

Só pode estar louco. Sei que milhafres chegaram a investir contra ninguém menos que Moisés. Não sabia? É claro. Isso é informação confidencial. Informação classificada, como se diz naqueles filmes de espionagem. Poucos sabem, porque o Mossad não quer que a informação possa servir a terroristas.

Mas, como eu sei, entendi que meu amigo médico seja do Mossad e tencionasse me matar. Percebi que ele estava certo de que eu quero atacar Israel  aquela era a melhor oportunidade para me eliminar. Depois de morto, eu seria devorado pelos milhafres. Nunca mais se ouvuria falar de mim.

Astuciosamente recuei e fugi. De longe ainda ouvi quando ele gritava: "Espere, espere! Venha conhecer minha criação de babuínos!" Com babuínos é morte certa. Entrei no carro e fui para casa. Quando desci, minha sogra estava me esperando. A seu lado enorme mastim napolitano...
 ...e aí, a moça tirou o sutiã e ficou só de calcinha...
Emanoel Barreto

A Ilustríssima, da Folha, diz: Katy Perry aparece sem sutiã em capa de revista britânica.
Com um corte de cabelo estilo pin-up, um short-calcinha de cintura alta, salto alto e os seios cobertos apenas com a mão e o braço, Katy Perry aparece em foto que deve estampar a capa de agosto da revista "Esquire".

A versão da capa que circula na internet não é a final e tem como título "Too Hot to Handle", que em português significa "muito quente para segurar".


Katy Perry, que estourou nas rádios com uma música sobre beijar meninas, tem feito sucesso com "California Curls", que tem a participação do rapper Snoop Dogg.
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A moça integra o que vem sendo chamado de música pop, muito embora pop seja outra coisa. Pop foi um movimento de vanguarda artística que explodiu nos anos 60. Uma espécie de crítica à sociedade de consumo.

Utilizava-se de figuras icônicas da indústria cultural como Marilyn Monroe, latas da Sopa Campbell's e garrafas de Coca Coca. O grande corifeu do movimento foi Andy Warhol, lembra?

A única coisa que haveria de pop nessa jovem é o fato de que é um produto. É uma falsificação recebida com aplausos. A falsificação do que em si já é fake: a sociedade de consumo. Desvairada e perdulária. Só.

O fato de haver feito, ou cantado, uma música falando em "beijar meninas" já mostra como se trata de uma aproveitadora: tocou num ponto polêmico para chamar atenção. No mais, é uma mulher que, arrivista, se aproveita do próprio e belo corpo para chegar a algum ponto alto dessa constelação vazia.