quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Folha está promovendo um escarcéu em torno de texto que sequer foi publicado, de autoria de FHC. É o que se chama, em jornalês, de "balão de ensaio", uma coisa de jornal que visa "testar" até que ponto alguém pode medir a importância ou impacto de suas palavras ou atitudes midiáticas. O balão de ensaio surge de algo que em si não tem valor algum ou o tem de forma relativa;  visa atender unicamente o interesse de alguém em torno da promoção de seu nome ou instituição a que seja ligado. No caso, o jornal pretende criar e promover um pesudoacontecimento - o "debate" interno do PSDB - a fim de promover esse partido. Leia a matéria.

Oposição discorda de FHC e defende foco no 'povão'

DE SÃO PAULO
Hoje na Folha Líderes da oposição, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), discordaram ontem do teor do artigo em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso propõe que desistam do "povão" para investir na nova classe média, informa reportagem de Catia Seabra, Vera Magalhães e Daniela Lima, publicada na Folha desta quarta-feira (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).
Já o ex-governador José Serra fez vários elogios ao texto e disse que este não é o "ponto essencial" do texto. 

Em artigo que será publicado nesta semana e revelado pela Folha, FHC defende uma revisão profunda da estratégia do PSDB e da oposição para voltar ao poder.
O tucano diz que a oposição deveria desistir de conquistar as camadas mais pobres do eleitorado e se conectar com a nova classe média.

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Osni Mubarak
Foto: Amr Nabil
Deu no jornal que o ditador decaído teve um enfarte durante interrogatório. É duro olhar a própria face.

Jornal Nacional - Wellington Menezes - Video -

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ladrões agem livremente no setor II do Campus da UFRN e roubam 7 datashows

Recebo da chefia do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes-CCHLA a seguinte mensagem: Verifiquem na página do CCHLA (http://www.cchla.ufrn.br/) os vídeos e imagens da ação de suspeitos relacionada ao furto de sete datashows no Bloco I do Setor II, no sábado, 19 de março de 2011.

Se alguém reconhecer os três suspeitos, por gentileza, informe ao Setor de Segurança da UFRN pelo telefone 08000842050.

A Direção
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A ocorrência revela, a uma primeira visão, a fragilidade do sistema de vigilância da UFRN. Se não, por que os ladrões agiram com tanta desenvoltura, como mostram o vídeo e as fotos? A implantação de um sistema de câmeras supõe que existam agentes de defesa atentos e aptos a reagir à altura a tais situações. O que se vê é, ao contrário, os presumidos autores do roubo circulando livremente e aparentando despreocupação, à luz do dia.  
 
Pergunta-se: não havia nenhum agente atento às câmeras e assim pronto para reunir pessoal suficiente para enfrentar os criminosos? Por que ninguém viu quando a ação se desenrolava? Por que tamanha falha? E afinal: para que servem mesmo as câmeras? Quais as atitudes tomadas internamente para apurar o fato e descobrir o motivo de tamanha displicência? Como conseguiram entrar e sair sem problema algum? A segurança da UFRN, ao que parece, precisa, no mínimo, de treinamento para executar sua função.

Veja as fotos.
 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Em defesa da greve civil ou o direito de não votar

Estranho país esse nosso, onde somos obrigados a votar como se fosse um direito. Aqui, voto é obrigação. Quer dizer, os políticos não são eleitos, eles se fazem eleger, o que é bem diferente. Somos obrigados a referendar, a cada dois anos, homens e mulheres que comporão a elite mascarada desse baile burlesco. 

Voto deveria ser direito e, sendo direito, caberia a possibilidade de não ser exercido. E esse não-exercer seria uma forma de exercício democrático, um repúdio, um cometimento saudável e urgente. 

Seria o que se chama em Direito um ato comissivo por omissão. No caso, omissão como ausência às urnas mas comparecimento à esfera da sociedade civil indignada com o mar de lama. 

Não prego o absenteísmo ou o indiferentismo; defendo a mobilização cidadã pelo não. Isso serviria de choque cultural às práticas políticas, à impunidade, ao jeitinho, à maracutaia, à perpetuação de candidatos - sempre eleitos ou reeleitos - para continuar com sua sanha de ganância e ganhos sujos.

É preciso ter o direito de não votar. É preciso ter o direito a essa greve civil.

domingo, 10 de abril de 2011

Poemas de Florbela Espanca
 
Fumo

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas;
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!




O nosso mundo

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...Que importa o mundo seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor?... As nossas bocas juntas!...




Não ser

Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!

Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
Deu no Estadão:



100 dias de Dilma: a mulher é o estilo

No pós-Lula, a primeira presidente a comandar o Brasil consolida sua marca ao imprimir pulso forte, porém discreto, à gestão; ajuste das contas e ameaça de inflação ainda são desafios



 Dilma Rousseff completa neste domingo, 10, 100 dias no cargo de presidente da República com o feito de ter dirimido a dúvida mais mordaz lançada contra ela por seus opositores durante a campanha eleitoral do ano passado: seria Dilma, criada à imagem e semelhança de Lula, capaz de comandar o País sozinha? Para silenciar os críticos nesse quesito, a primeira mulher a ocupar a Presidência fez questão de imprimir a marca de uma governante austera e discreta.
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Tais características provocaram comparações inevitáveis com seu antecessor e padrinho, um político afeito aos discursos e ao embate direto com a oposição, a mesma oposição que, para fustigá-lo e tentar enfraquecer seu mito, passou a elogiar o jeito de Dilma comandar o País. A presidente, no entanto, nunca incentivou de público esse paralelismo, ainda que na política externa e na questão dos direitos humanos tenha adotado medidas frontalmente contrárias à atuação de Lula na área.

Os afagos da oposição se restringiram à forma. No PSDB e no DEM, ganham corpo as críticas ao conteúdo: "gastança" do governo, desaceleração do PAC e ameaça de inflação. O corte de R$ 50 bilhões no Orçamento não convenceu o mercado e os opositores de que as contas públicas estão sob controle. Dúvidas de gestão à parte, resta ao fim dos 100 dias a certeza de que Dilma se impôs. Parafraseando o francês conde de Buffon (1707-1788), para quem "o estilo é o homem", hoje "a mulher é o estilo".

 

Chuva boa que chega e se espalha em luz


Uma chuva mansa enxameia as copas das árvores, alisa as flores, recobre os gramados com suas luzes d'água.
Brisa molhada se espalha de lento em lento e, sem pressa, diz que é ventania amiga e que dela não se espere nem se tema a força de um simum, a potência de um mistral, o rigor de um minuano ou o perigo de um siroco. 

É uma chuva nordestina, daquelas de quem o sertanejo gosta e chama de sua. Boa chuva que cai sobre Natal e escorre pelas calçadas. Boa chuva... boa chuva...