sábado, 25 de junho de 2011

Meu Nome é trupizupe Zé Tamalho Ao Vivo

 Deu na Folha:
Documentário busca a verdade sobre o ET Bilu; veja

AMANDA DEMETRIO
DE SÃO PAULO


"Busquem conhecimento", disse o personagem que ficou conhecido como ET Bilu, em um vídeo que virou fenômeno na internet. O produtor de vídeo Fernando Motolese e o hacker Vinícius K-Max seguiram o conselho à risca e correram atrás da história do suposto ET. Os dois estão lançando a primeira parte de um documentário sobre Bilu e o Projeto Portal, grupo de pesquisadores que cuida da fazenda onde o suposto ET teria sido encontrado.

"Em outubro do ano passado, vimos o vídeo da 'TV Record'. Inicialmente, achamos que aquilo fosse uma palhaçada, mas o Vinícius começou uma investigação, analisando tudo o que já havia sido publicado sobre o assunto", afirma Motolese, com exclusividade à Folha.

Os dois conseguiram, então, a autorização para visitar a fazenda do Projeto Portal. "Nos primeiros quatro dias de expedição, aconteceram fenômenos impressionantes. Uma fenda se abriu no céu e vimos luzes inusitadas. Ficamos impressionados", conta Motolese.

Na segunda viagem, os dois amigos viveram como integrantes do projeto durante 15 dias. "É preciso ter uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos", explica, enfatizando que não há consumo de drogas no projeto. O contato com Bilu veio de uma maneira inesperada. "Ele se movimentava no mato, sem que a gente pudesse escutar. Ele piscava luzes muito diferentes e de uma maneira muito rápida. Isso ajudou a gente a quebrar a imagem de que ele fosse uma pessoa disfarçada", diz.

Segundo ele, muita gente "ridicularizou" Bilu. "Adotamos um posicionamento sério, contratamos um locutor do 'History Channel' para dar um ar sóbrio ao documentário. Nossa investigação é totalmente independente", afirma Motolese. Acreditam na existência do ET? "Ainda não temos certeza total, porque não o vimos sentado do nosso lado, mas estamos tendendo mais a acreditar do que a não acreditar."

Um segundo episódio do documentário será lançado em breve, já que o Projeto Portal afirma que o ET Bilu passará uma mensagem importante para a Terra em menos de 20 dias. "A partir daí, vamos produzir a segunda parte", conta Motolese.

Assista à primeira parte do documentário (com narração em inglês e legendas em português):


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Quando for visitar a Câmara Municipal de Natal não se assuste com as figuras que verá. Aqueles rostos, aparentemente tão díspares do que se convencionou chamar de face, são apenas aspecto exterior. 

Na alma, são todos bons, seráficos e pios; rezam, comungam e distribuem óbolos aos mais necessitados e, semanalmente, organizam o Pão dos Pobres. São os vereadores, amigos. São bondosos, mas, aí sorte infeliz!, a natureza os privou da beleza superficial e tão em moda e eles apresentam o espetáculo facial dos circos de horrores. Mas afinal, como dizia o Pequeno Príncipe, o essencial é invisival para os olhos. Assim, confie na bondade dos vereadores. Verá: nada tem a perder. 

Agora, veja com que cara você será recebido:

1920's The Charleston

Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós

Tenho minhas desconfianças se a internet é assim esse reino da liberdade, anárquico e incontrolável, democrático e totalmente livre de injuções. Entendo que, em circunstâncias digamos normais, isso se aplique tomando-se como parâmetro o Ocidente. Mas, não esqueçamos que países como a China e a Coreia do Norte nos dão indicativos em contrário: ali a internet é sim controlada e dominada.

Comprovando o que temo, detalho: jamais aderi ao novo formato do Twitter. Acho que a versão atual é a melhor, mas para minha surpresa nos últimos dias, sempre que acesso, leio logo acima das caixinhas de TTs a seguinte informação que entendo como uma ameaça: "You will automatically be upgraded to New Twitter very, very soon."

Numa tradução livre, algo como "você será automaticamente remanejado para o novo Twitter, muito, muito em breve." Ou seja: quer queira ou não, serei levado à nova forma do Twitter por alguém que tem poder para isso. E pronto. Daí minha suspeita de que os donos de provedores ou seja lá o que for ou quem for que domine a internet têm, eles sim, a capacidade de nos dar a liberdade. E liberdade desse tipo, que é dada, não é liberdade, é uma espécie de território social onde eu posso trafegar, mas até certo ponto. E pronto.

Hackers LulzSecBrazil Atacam Site Brasileiro - Veja a Mensagem

Neste vídeo, os hackers que vêm atacando sites do governo brasileiro enfatizam sua ação com um discurso universalista. Algo como se estivéssemos vivendo um mundo guiado pelo Grande Irmão, sendo eles o grupo contra-hegemônico. Apresentam-se como onipresentes e capazes de denunciar e trazer a público atos e práticas corruptas mantidas em segredo. Utilizam-se de linguagem típica de filmes de ficção científica e têm no personagem de  "V de vingança" seu avatar. Veja o vídeo.

Um recado dos hackers LulzSecBrazil

O grupo hacker LulzSecBrazil que vem atacando sites do governo brasileiro divulgou no Youtube vídeo em que convoca uma grande mobilização contra "governos corruptos". Esse tipo de ação aparentemente busca assumir conotações político-ideológicas. Seria um neo-oposiconismo, cujos reais propósitos ainda precisam ser devidamente analisados.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

 Pela transcrição.

ADURN agora é SINDICATO!

Editorial publicado na coluna da ADURN no Jornal Tribuna do Norte, dia 17/06/2011

A data de 16 de junho de 2010 entrou para a história do Movimento Docente da UFRN, quando, em Assembléia, a categoria aprovou, de maneira definitiva, a criação do Sindicato Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Natal, Caicó, Currais Novos, Macaíba, Santa Cruz, Macau e Nova Cruz (ADURN-SINDICATO), num processo marcado pela ampla participação dos nossos professores. A criação do ADURN-SINDICATO recebeu o “sim” de 96,7% dos que participaram do processo.

A categoria enfim toma um rumo que aponta para o fortalecimento da participação dos docentes na entidade, com a criação da federação nacional dos sindicatos dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Teremos, a partir de agora a responsabilidade de forjar um sindicato que tenha a competência política de trazer à categoria discussões, debates e proposições que elevem a representatividade dos professores.

A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ADURN), foi criada em 1979, registrada em cartório em 1980, adquirindo identidade jurídica própria; e em 1992 tornou-se seção sindical do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), passando a denominar-se ADURN-Seção Sindical do ANDES-SN. A partir de 2004, com a criação do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES-Fórum), a então Diretoria da ADURN, aliou-se ao mesmo e passou a contestar os rumos tomados pelo Sindicato Nacional, cada vez mais intransigente e voltado a construir uma central sindical “revolucionária e popular”, que mais tarde viria a ser chamada de Coordenação Nacional de Lutas – CONLUTAS, hoje CSP-CONLUTAS, ligado ao PSTU.

Com a eleição desta atual gestão,ocorrida em 2008 (e reeleita em 2010), a Diretoria optou por colocar, de forma definitiva, o debate sobre o nosso desligamento do ANDE-SN, a filiação ao PROIFES-Fórum e a criação do ADURN-SINDICATO.

Foi um longo processo, em que a Diretoria demonstrou que o caminho a ser seguido é o mais correto, na medida em que agora teremos o respaldo jurídico, consignado na organização sindical brasileira e teremos a força política necessária para a construção da Federação. Recebemos o apoio da categoria em várias ocasiões e, nesta quinta (16) o ato final transcorreu dentro da legitimidade consignada nas urnas e no voto.

O ADURN-SINDICATO nasce com o desafio de torna-se um representante efetivo da categoria docente da UFRN. Nasce com a força da participação dos professores na sua construção. Nasce soberana e independente.

domingo, 19 de junho de 2011

 Veja o que deu no Estadão:

Mundial tem orçamentos fictícios

Projetos precários e contestados pelo Ministério Público, como Maracanã e Mané Garrincha, abrem brecha para estouros propositais de gastos no evento


Rafael Moraes Moura - O Estado de S.Paulo
A conta da Copa do Mundo de 2014 é uma fantasia, um "chutômetro" calculado a partir de projetos básicos incompletos, mal feitos ou ambas as coisas. Essa precariedade, como se não bastasse, ainda serve para justificar estouros orçamentários. O projeto básico deve ter uma descrição suficientemente detalhada para caracterizar a obra ou serviço.
Beto Barata/AE
Beto Barata/AE
 
Sem campo. O Mané Garrincha, em Brasília, é um dos projetos problemáticos da Copa de 2014: no orçamento faltam os custos da cobertura, dos assentos, das traves e até do gramado
O caso de Brasília é emblemático do "voo cego". O governo do Distrito Federal alega que o novo Mané Garrincha vai custar R$ 671 milhões. Mas desse orçamento não constam cobertura, assentos, catracas e, pasmem, gramado e trave. "O preço final desse estádio é uma grande interrogação, que ninguém sabe responder", criticou o promotor Ivaldo Lemos Júnior, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

"Se fez licitação e excluiu o assento, iluminação e gramado, não pode atribuir à Fifa a responsabilidade, porque a Fifa estabeleceu que tem de ter iluminação, gramado, assento. Se alguém eventualmente fracionar a licitação por conveniência, que assuma a responsabilidade", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Em fevereiro, relatório do TCU sobre o Maracanã apontou que "não há qualquer segurança de que a planilha contratual, derivada do orçamento base, contemplará o custo real da obra".
Na Tribuna do Norte, coluna de Woden Madruga, encontro texto extraordinário, de inventiva certeira como flecha de Guilherme Tell. É a respeito da intetona da Copa do Mundo. Segue: 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.apoio-sp.org.br/porta

A Copa e os sonhos de Vereda

No meio da semana cai na bacia das almas um bilhete de Florentino Vereda dando conta de uma passagem rápida por Natal e se desculpando por não ter tido tempo para um papo na Ribeira, apesar da vontade danada de rever o mestre Gaspar na calçada famosa do Cova da Onça. Estava fazendo uma baldeação (vinha do Tocantins) para o Arquipélago do Cabo Verde e a TAP só lhe tinha dado cinco horas de trânsito, mal dava para chegar em Lagoa Nova e pegar na casa de certo parente um livro de Luiz Romano que fala sobre os escritores cabo-verdianos, entre eles o Manoel Lopes, também poeta, uma de suas leituras preferidas (“E porque o teu coração encerra / a saudade do mar e a saudade da terra / - tua ilha é grande”). Na volta da África (iria até ao continente) marcaria um encontro na Bella Napoli. Gostaria de conhecer o poeta Volontê “e outros artistas natalenses”.

No bilhete, Vereda encaminha um texto que escrevera na véspera de vir para Natal, na noite friorenta que se derramava pelo Jalapão. Fala sobre a Copa do Mundo e um sonho que tivera nos cerrados. Vai na íntegra:

“Meu caro Woden:

Bom leitor que você é, certamente já leu ‘A interpretação dos sonhos’, de Sigmund Freud – que não entendia de churrascos nem de maracutaias, mas conhecia bem as desumanidades da mente humana. Pois bem: semana passada tive um sonho grotesco que – se me permite – gostaria de comentar agora.

Final da Copa de 2014. Por razões que só os sonhos podem explicar, jogam em Natal, as seleções do Irã e dos Estados Unidos. Natal está prestes de presenciar um acontecimento histórico, que poderá definir para sempre o conflito milenar entre muçulmanos e cristãos.

Antes do jogo, desfiles e alegorias dignas de Joãozinho Trinta, que nada tem a ver com um parente ilustre que compõem as hostes governistas locais. Desfiles alegóricos, lembrando fatos históricos desta brava terra de Poty. Motoboys ensanguentados e mutilados distribuem, aos espectadores, as pizzas cozinhadas em fornos das câmaras e assembleias legislativas. Pela passarela do Carnatal desfilam blocos multicores: verdes, vermelhos, rosados e outras tantas cores que ofuscam os olhares extasiados do público amontoado nas arquibancadas.

Há gente de todas as espécies: enfermos que, em macas e cadeiras de roda, abandonaram as filas dos hospitais; adolescentes – quase crianças – que deixaram os sinais onde ganham e perdem avida; funcionários públicos que interromperam as greves intermináveis e inexplicáveis. Palhaços, saltimbancos e malabaristas representam o povo em geral. Ninguém quer perder o espetáculo. Sapos barbudos cospem na plateia, em atitude de escárnio e desprezo.

Na preliminar jogam os times das penitenciárias de Alcaçuz e de Mossoró, que são estrepitosamente ovacionadas pelos seus fãs, lobistas que vieram de Brasília para torcer por seus times e seus ídolos e garantir a sua parte no butim. De repente, milhões de borboletas verdes – com as asas manchadas de rosa – passam esvoaçando sobre o novíssimo estádio, são atacadas por esquadrões de “aedes egypti” e somem dentro dos buracos que não puderam ser tapados por falta de recursos, todos desviados para a obra faraônica.

Embora o tempo regulamentar já se tenha se esgotado, o juiz não se decide a encerrar a partida. A bola continua a correr e os jogadores querem a sua parte. Cada gol marcado é multiplicado por vinte, sem que se consiga explicar o motivo.

Cada minuto a mais representa alguns milhões de dólares, mostrados no placar eletrônico, para delírio da torcida, que não se apercebe que os seus bolsos estão ficando mais vazios.

Terminado o jogo, foguetões explodem, mas, ao invés de luzes, muito sangue derramado, misturado ao leite roubado da merenda escolar. Em lugar dos estrondos retumbantes, choros de crianças mal nascidas, abandonadas nas ruas, cujo destino não passará dos semáforos da Prudente de Morais ou das calçadas da Roberto Freire. A pólvora queimada cheira a crack e oxi, consumindo os cérebros carcomidos dos adolescentes, outrora conhecidos como ‘futuro da pátria’.

Mas aí já é tarde, Inês é morta e o show deve continuar.

A FIFA não pode faltar com os inúmeros compromissos assumidos.

E eu, então, acordei com o barulho da implosão do Machadão, em cujo terreno serão sepultados o bom senso e a decência. Na lápide, uma frase singela: ‘Do alto desta arena quarenta ladrões me contemplam’.

Um abraço sonolento de seu admirador,

Florentino Vereda”
Dez anos de solidão

Lançando olhos nas folhas de domingo e nas folhas encontrando as coisas de jornal, eis que a força gravitacional da página diagramada encaminha e prende a vista numa nota de falecimento; nota de falecimento não: na verdade, o registro de recordação de uma filha pranteando o encantamento de seu pai. Algo chamou-me a atenção: diz ela, em detalhe de texto maior, que "durante dez anos foi impedida de ver o pai'".
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i772.photobucket.com/albums

Um estudioso de semiótica diria que estava aí, no adjetivo "impedida", um índice, ou seja um indício, uma pista para algo mais complexo e tocante que a simples presença da palavra no texto. Explico: estar impedido é sutilmente diverso de estar impossibilitado. A impossibilidade pode ser decorrente da incapacidade de alguém de fazer algo seja por incapacidade de deslocamento, limitação de comunicação ou restrição de movimentos; as ilações seriam muitas. Já impedimnto pressupõe que alguém esteja sendo cerceado em seu direito de fazer algo. Eis aí o sentido trágico que precebi: uma filha obrigada a ficar ausente do pai.

Percebi então nesse índice todo um texto, um texto mínimo que sobrelevou-se como onda ao discurso onde estava inserido, um largo drama. Drama vivido de forma pungente e íntima pela filha separada do pai. Impedimento, assim, significou, claro fica para quem está acostumado a palmilhar textos interpretando o discurso adjacente, que ali se postava um fragmento de história de vida ou parte de todo um drama, palavra que o Houaiss define como "um acontecimento comovente".
E foi desta forma que a palavra inserida naquela texto, e confrontada com seu contexto, me apareceu: inscrevia-se naquele pequeno mapa o percurso de uma história em espiral de sofrimento. Cumprido ao longo dos dez anos que a filha ficou impedida de encontrar, ver, viver o pai - sim porque pessoas amadas são vividas por nossos sentimentos, são vividas em nós, chegam ao íntimo do eu profundo e nele se enraízam.

Suponho que havia ali um grande mistério, pelo menos uma grande dúvida em mim: por que impedida, por que não "distante" ou "saudosa"? Que grilhões prenderam aquela filha, cercando-a de distância e sofrimento? Mais que isso: quem foi ou foram os autores dessa história comovente? Então, foi isso que chamou a minha atenção neste domingo chuvoso. Mas, as coisas de jornal são assim mesmo: têm meandros, praias distantes, intenções subliminares, recursos sutis, surpresas para aqueles que sabem se surpreender.

Agora, se estiver errado, se a minha viagem estiver navegando na nau do equívoco, e nada do que suponho aconteceu - cerceamento, grilhões etc... -, perdão. E se alguém que conheça essa filha, desta crônica tomar conhecimento e lha contar que escrevi estas linhas peço perdão pelo gesto de escrever, mas afirmo: de alguma forma com ela sofri esses dez anos de impedimento. E lhe apresento aqui minha tristeza.