sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A louca do bilhete assaltante

Como num conto ou história tresloucada; empenada, tensa, amalucada, mulher vai a banco disposta a assaltar.

A seu lado, ou melhor na mão, a arma alucinada: um bilhete para ameaçar cobra ao caixa uma gorda quantia.

Sem passagem ou nome na polícia,  sem vivência no crime e seus desvios, exigiu ali bela quantia. 

Mas a coragem tola se acabou ao soar da sirene da polícia, que a tomou do banco e a levou.
............
A notícia que deu origem a esta trama segue abaixo.


Mulher usa bilhete para tentar assaltar agência bancária no ES




COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um mulher de 45 anos foi presa sob suspeita de tentar assaltar uma agência bancária, na manhã desta sexta-feira, no bairro Jardim da Penha, em Vitória (ES). Ela mostrou um bilhete, em que exigia o valor de R$ 300 mil, para ameaçar a gerente do banco. 


"Isso é um assalto. Encha a mochila com notas de R$ 100 e R$ 50", dizia o bilhete escrito à mão. De acordo com a polícia, a carta ainda dizia que havia explosivos do lado de fora da agência e que eles podiam ser acionados por supostos comparsas. 


A gerente chamou a polícia e os seguranças do banco. A suspeita --que não portava armas e não tinha antecedentes criminais-- foi presa no local. 


O caso foi registrado na Divisão de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, em Serra, região metropolitana de Vitória.(Folha de S. Paulo).

Ex-deputado federal João Faustino é preso na Operação Sinal Fechado. TV Ponta Negra 24/11/2011

O petardo da Operação Sinal Fechado

A vida pública brasileira tem a marca da corrupção. Nosso DNA social agregou historicamente esse tipo de comportamento como gesto naturalizado, essencial quase ao exercício da coisa pública. A Operação Sinal Fechado vem comprovar, pelo menos a priori, essa assertiva. O noticiário é farto e chega a ser estarrecedor.

É assim, em situações desse tipo, que o jornalismo mostra sua importância. Algo houve. Compete ao Ministério Público a apuração e ao jornalismo a serena mas firme cobertura dos fatos. O que foi divulgado chega bem próximo a uma trama de filme policial; pessoas, agentes públicos em aparente conluio para lucro imoral e indevido. 

E tudo seguindo uma lógica que se apoiou apenas na aparente adequação à legislação que define o trabalho do Detran: empresa devidamente registrada ganha concessão de prestação de serviços de inspeção veicular. O noticiario, porém, detalha como isso se deu, de forma a favorecer a Ispar, empresa para tanto certificada. 

A Justiça deve cumprir com o seu papel, o jornalismo deverá fazer o mesmo.  

Abaixo, matéria da Tribuna do Norte

TN denunciou irregularidades da inspeção veicular no RN

A TRIBUNA DO NORTE veiculou, entre janeiro e junho deste ano, uma série de reportagens sobre o processo de implantação do sistema de inspeção veicular.  No total, foram 22 publicações sobre o tema. A primeira reportagem foi publicada no dia 5 de janeiro, cinco dias antes do início das inspeções veiculares obrigatórias.

 Um dia após a primeira publicação, o Ministério Público baseou-se em uma denúncia feita por um leitor da TRIBUNA DO NORTE, questionou a legalidade do processo licitatório. Os promotores identificaram 15  irregularidades nos documentos que originaram o certame e a consequente vitória do Consórcio Inspar. A Procuradoria Geral do Estado foi acionada pela governadora Rosalba Ciarlini para analisar a documentação encaminhada pelo Ministério Público. No mesmo dia, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público recomendou a suspensão da licitação à chefe do Executivo Estadual.

CANCELAMENTO

A governadora Rosalba Ciarlini adotou as recomendações do Ministério Público e, em seguida, da Procuradoria Geral do Estado e suspendeu, no dia 8 de janeiro, a inspeção veicular por 45 dias inicialmente. Em fevereiro, o processo licitatório foi totalmente suspenso, após relatório da Procuradoria Geral do Estado corroborar a identificação das irregularidades apontadas pelo Ministério Público e, ainda, identificar mais transgressões à Lei de Licitações e à própria Lei 9.270/2009.

 A anulação oficial, porém, só foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 28 de maio. O Consórcio Inspar recorreu e entrou com um processo que ainda tramita na Justiça do Rio Grande do Norte.

Cronologia

Janeiro de 2011

Quarta-feira (5)

A TRIBUNA DO NORTE publica a primeira reportagem abordando o valor que seria arrecadado pelo Consórcio no primeiro ano de funcionamento - R$ 81,6 milhões. Deste montante, nenhum centavo seria repassado ao Governo do Estado.

Sexta-feira (7)

Uma denúncia feita ao Ministério Público por um leitor da TRIBUNA DO NORTE, fez com que o procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto, convocasse uma reunião com os promotores para a discussão do tema que teve ampla repercussão. A legalidade do processo seria avaliada.

Sábado (8)

Dois dias antes do início das inspeções, a governadora Rosalba Ciarlini adotou recomendações do Ministério Público e Procuradoria Geral do Estado e suspendeu, àquela época, a inspeção veicular por 45 dias. Os órgãos verificaram indícios de irregularidades na forma como o Plano de Controle de Poluição Veicular (PCPV), havia sido implementado no Estado.

Fevereiro de 2011

Quinta-feira (3)

O Ministério Público Estadual ajuizou ação civil pública com cópia de pedido de tutela antecipada contra os órgãos envolvidos na inspeção veicular. Os promotores solicitaram a anulação do processo licitatório que originou o contrato entre o Consórcio Inspar e o Governo do Estado.

Terça-feira (8)

O Consórcio Inspar pagou publicidade na imprensa local para anunciar que havia contratado o advogado José Augusto Delgado para atuar na defesa da concessionária. Delgado é ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça.

Quinta-feira (10)

Cancelado o contrato entre a Inspar e o Governo Estadual. A governadora Rosalba Ciarlini analisou a recomendação da Procuradoria Geral do Estado em Brasília e decidiu acatar as sugestões do então procurador-geral, Miguel Josino Neto.

Quarta-feira (23)

Confirmada a suspensão do contrato. A juíza Valéria Maria Lacerda Rocha, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal determinou a suspensão imediata do contrato de concessão de serviços de inspeção veicular. A medida foi baseada na documentação apresentada pelo Ministério Público.


 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Peito de silicone dá leite de plástico

A necessidade do corpo como objeto, coisa viva mas maniplável às necessidades criadas e impostas por um certo estilo de vida, tem nas mulheres alvo preferencial. Especialmente naquelas que se aventuram no mundo do espetáculo chulo,  animado pelo ritmo de bandas de gosto duvidoso. 

Mexer no corpo, fazer enchimento, customizar o orgânico aos ditos da moda, tornou-se ritual que muita gente cumpre a prazos regulares, atendendo a sazonalidades regidas por uma vaidade fútil e leviana. 

O peito não ficou grande o suficiente? Vamos ao bisturi, que venha o silicone. A indústria da beleza não se prende mais ao perfume, à maquiagem, aos vestidos. É preciso marcar na carne a mudança, a alteração, a adequação visível de um visual socialmente exigido. 

É triste, mas é verdade. As bonecas vivas vivem para se embonecar. E se apertar muito o peito de silicone espirra leite de plástico.

Fã abraça Mulher Melancia e rompe pontos de implante de silicone

DE SÃO PAULO
Andressa Soares, 23, a Mulher Melancia, passou por um susto depois de um show em São Paulo.
Segundo a coluna Olá, assinada por João Fernando e publicada no jornal Agora, um fã abraçou a funkeira e acabou rompendo os pontos da cirurgia de mudança das próteses de silicone.
No entanto, Andressa não vai precisar ser operada novamente e deve voltar aos palcos neste fim de semana.

Edu Moraes/Record
A dançarina Andressa Soares, a Mulher Melancia
A dançarina Andressa Soares, a Mulher Melancia

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Minha volta a Pipa

Estive em Pipa para o Flipipa, mais precisamente para a entrevista de Fernando Morais falando de sua obra a Cassiano Arruda. Excelente. 

Foi também oportunidade para outra coisa: mesmo já tendo estado lá muitas vezes, até hoje não tinha vivido Pipa. Sempre que por lá aparecia pegava uma pousada retraída, sossegada, um desses lugares tímidos, lá para os lados mais altos. E de lá ficava observando aquela pequena babel como quem se extasia ante uma pintura ingênua, de casario.

Mas, dessa vez, mudei o roteiro e imergi nas ruas e restaurantes, revi amigos e caminhei. Descobri a Rua do Céu, com as suas pedras lisas. Pintadinhas, cada uma de uma cor. Belo. Andei por outras ruas. Estreitas, magrinhas como espinha de peixe. 

Ao fundo o mar, barcos balouçando na preguiça de ondas calmas. E, diante disso, já de volta a Natal e diante da tela do computador, vi como foi rápido e como foi bom. A intensidade do momento, sua mínima condição de tempo vivido, se percebida pelo olhar atento nos dá a sensação de que habitamos a cada instante a pequena eternidade que cada momento é. 


Lá fora, ausente do momento intenso, o tempo grande do mundo pode estar rugindo. E como é ameaçador.
Então, sempre que puder viva Pipa, ou volte a Pipa... Ou a Ítaca...




Em Barra de Cunhaú essa cadeira espera alguém que não quer olhar o mar. Uma cadeira que aguarda, em sua petulante solidão de plástico, uma pessoa que queira olhar não se sabe bem para onde, nem se sabe bem o quê.