sábado, 4 de fevereiro de 2012

Recebo de Walter Medeiros e divulgo

Enfermeira conta em livro tratamentos
de sucesso com uso da auto-hemoterapia

A enfermeira gaúcha Ida Zaslavsky lança hoje (03.02.2012) o livro “Auto-Hemoterapia: um bom passo maior que a perna”, que reúne informações sobre sua experiência na área da saúde (promoção, prevenção e cuidados em geral) desde 1982. A obra é mais uma comprovação de que “a Auto-Hemoterapia é um recurso terapêutico simples com elevado grau de eficácia”, segundo a autora. Lembra que a técnica consiste na retirada de sangue da veia (antebraço) e reaplicação imediata no músculo da própria pessoa, o que quadruplica as células de defesa (macrófagos) e a resposta imunológica em todo o organismo. O fato ocorre porque “Estas células promovem a limpeza e combatem vírus, bactérias, células neoplásica (câncer), drogas e fibrina (sangue coagulado nos vasos)”.

O livro traz relatos e depoimentos significativos a respeito dos benefícios da Auto-hemoterapia em pessoas acometidas pelos mais diversos tipos de doenças, das mais simples até as crônicas, degenerativas e auto-imunes. A autora contextualiza a AHT no Brasil, narrando alguns casos exemplares na luta pela sua inserção no sistema de saúde brasileiro. Inclui também - no final do livro - três apêndices relativos a questões específicas da auto-hemoterapia, no âmbito jurídico e no que concerne à prática da terapia em si. Pensando em melhor informar ao leitor, acresce ainda um pequeno glossário.

Em mais de vinte anos Ida Zaslavsky já cuidou de pessoas cujos médicos indicaram auto-hemoterapia para inúmeras doenças, conforme relata, entre elas Obstrução da Circulação Sanguínea, Acne, Aids, Mioma, Anemia, Arritmia, Câncer de Mama, Sudorese, Herpes Labial, Síndrome de Pânico, Bronquite, Psoríase, Esclerose Múltipla, Rinite, Cisto Sebáceo, Alergias, Câncer de Bexiga, Pés Diabéticos, Sinusite Severa, Infecção Óssea, Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA , Câncer do Intestino, Câncer do Pulmão. Além de tratamento, a auto-hemoterapia é usada também para prevenir enfermidades.

Natural de Porto Alegre/RS e residente em Florianópolis desde 1992, Ida Zaslavsky publicou artigo no site do Supremo Tribunal Federal por ocasião da audiência pública sobre Sistema Único de Saúde – SUS, onde mostra que “a auto-hemoterapia é capaz de promover a saúde, prevenir, controlar e tratar diversas doenças, sem efeitos colaterais e praticamente sem custos para o paciente". O artigo pode ser acessado pelo link http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/processoAudienciaPublicaSaude/anexo/AutoHemoterapia.pdf .
Para adquirir o livro, ao preço de R$ 30,00 + R$ 4,00 do porte por exemplar, o pedido pode ser realizado através do e-mail livroautohemoterapia@yahoo.com.br, especificando a quantidade desejada e os dados para a entrega: nome do comprador e endereço com CEP. Será informada por email uma conta bancária para depósito ou transferência e o pedido será enviado tão logo seja confirmada a transação.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Greve da Polícia Militar: se houver uma em Natal...


http://www.google.com.br/imgres?q=pol%C3%ADcia+militar+tropa
Algo de muito sério, muito perigoso, muito grave acontece neste país em matéria de segurança pública. A greve da Polícia Militar na Bahia é a ponta do iceberg. Excessos à parte cometidos pelos grevistas, vale a reflexão: política de segurança passa necessariamente pela boa remuneração do policial; sem isso, o caos estará sempre rondando. 
Quando um governo não leva em conta que o policial é também funcionário público, é também trabalhador votado ao exercício de atividade essencial e sui generis, temos um sério problema. Nos quartéis não temos, como em uma repartição típica, quadro, mas tropa. Que, para atuar, é regida por duas normas fundamentais ao militar: disciplina e hierarquia. O problema é que tropa mal paga é levada, é literalmente impulsionada a reivindicar como qualquer servidor. E temos movimentos grevistas que, pela sua própria essência, riscam de sua mobilização a disciplina e a hierarquia. 

É muito diferente você dizer a um diretor civil que não vai trabalhar e pronto. Quando um policial está em greve ele diz à oficialidade a mesma coisa. Só que para o diretor civil trata-se tão-somente de  desorganização momentânea das atividades de rotina; para um oficial a coisa se complica: ele vê o movimento como insubordinação e desrespeito à ordem na tropa, vê também como uma agressão à sua figura de militar superior. E aí o que seria um movimento de paralisação passa a ser visto como uma forma de motim. Não se trata apenas de pontos de vista; são duas situações reais, cada uma regida por parâmetros bastante peculiares. E no caso dos miliatares com um literal potencial explosivo.

Acrescente-se a isso que a parada dos militares funciona como espoleta, incentivo à ação, ao descalabro da criminalidade. E então vêm o Exército e a Força Nacional para sanar emergencialmente a situação e garantir ao cidadão o direito de ir e vir e, acima de tudo, o direito à vida. Qual o ponto de equilíbrio? Esse ponto de equilíbrio está no bom senso do governo, que tem a obrigação de atender de forma equilibrada as revindicações. Afinal, foi por culpa do governo que a tropa ensarilhou as armas.

Governo bom é governo que age, que previne, que tem políticas públicas compatíveis com os desafios que se propôs a enfrentar. Ninguém é governador ou governadora a pulso. Ninguém é obrigado a ocupar  a cadeira de governante. Quem está ali disputou uma eleição, fez promessas, assumiu compromissos sociais inadiáveis. Assim, tem o dever de agir a tempo e a hora, a fim de garantir a normalidade. Claro, o militar deve ter também bom senso na hora de deflagrar o movimento. Mas, acima de tudo, compete ao governo, sempre ao governo, agir a fim de dar à tropa o tratamento que, enquanto trabalhador, o policial merece.

*** Fica aqui uma pergunta: e se no Rio Grande do Norte houver uma gerve de policiais? Sem greve já temos situação quase caótica. Havendo aqui um tal movimento, sei não...

Veja vídeo de assalto a loja de roupas

 Assalto a loja de roupas em Nova Parnamirim

"O circuito interno de segurança de uma loja de roupas localizada em Parnamirim, Região Metropolitana, flagrou a ação de bandidos que assaltaram o local. O crime ocorreu na tarde da última quarta-feira (1º), quando um casal armado invadiu o estabelecimento a procura de dinheiro e mercadorias de valor, enquanto um homem que dava cobertura à ação aguardava do lado de fora, em um carro modelo Corsa Sedan de cor verde. A ação durou menos de cinco minutos e não resultou em feridos, mas o trio conseguiu fugir levando um par de brincos de ouro e um par de sandálias. As imagens devem auxiliar as investigações conduzidas pela 2ª Delegacia de Polícia em Parnamirim, já que mostram os rostos dos assaltantes."


--- O texto é da Tribuna do Norte. A câmera de segurança mostra mais um assalto, praticado à luz do dia, sem que o cidadão tenha qualquer garantia do Estado à sua segurança. Até quando teremos que ficar à mercê dos criminosos? Há alguma data para a Polícia Militar ir às ruas? Essa resposta não sei. E o pior, temo que o aparelho policial do Estado também não. Talvez devamos nos unir numa grande corrente de orações, na busca de abrandar o coração dos criminosos, levá-los ao bom caminho e termos um pouco de paz. Talvez.

Encontro esta matéria na Tribuna do Norte, no belo texto de Yuno Silva

O anjo que ninguém quer


Yuno Silva - Repórter

A incerteza de um futuro tranquilo volta a rondar o Anjo Azul, escultura de 12 metros que serviu como ponto de referência para galeria de arte homônima que funcionou entre 2007 e 2010 no Tirol. Com 28 toneladas de ferro e concreto, a obra do artista plástico José Jordão precisa encontrar rapidamente um novo endereço para afastar o risco de ser demolida. O Anjo já foi oferecido como doação para as prefeituras de Natal, Maxaranguape no litoral Norte e a serrana Monte das Gameleiras, mas os custos com sua remoção, transporte (dentro do RN) e reinstalação, além da necessidade de se contratar uma equipe especializada para executar o trabalho, ainda não permitiram a concretização de um acordo. 

 
Aldair DantasCasarão que abriga o Anjo Azul foi vendido para Adroaldo Tapetes, e destino do Anjo Azul de Jordão é incerto.Casarão que abriga o Anjo Azul foi vendido para Adroaldo Tapetes, e destino do Anjo Azul de Jordão é incerto
 

A construção do Anjo Azul consumiu cerca de R$ 190 mil, e o custo total para ele mudar de lugar está estimado em R$ 30 mil. O artista se comprometeu em acompanhar todas as etapas do processo do trabalho e estará a postos para efetuar qualquer reparo.

Receoso de ver seu trabalho reduzido a escombros, pois o imóvel onde está instalado foi vendido à empresa pernambucana Adroaldo Tapetes que pretende construir uma nova sede para a filial natalense da loja e o proprietário já adiantou que o projeto não inclui a escultura, Jordão está engajado para dar um destino digno ao Anjo Azul. "Se o problema é o custo, estou buscando apoio da Fundação José Augusto e vereadores de Natal prometeram ajudar a conseguir parte desse dinheiro. Não estou pedindo nada pela obra de arte, mas não quero deixar ela de qualquer jeito", disse, informando que prefere não levar a escultura para à beira mar - "com a maresia, a escultura não vai durar mais de 30 anos, no máximo 50 anos. É pouco, quero que ela dure pra sempre!"

Segundo o artista, o prazo combinado com o empresário Adroaldo Carneiro para remoção da obra já passou. "Ele está abrindo mão do prazo. Para evitar esse vai e vem, quero que ele formalize a doação com documentos", aponta.

Adroaldo disse que "a obra não tem nada a ver com a proposta da loja, mas gostaria bastante que a escultura ficasse em Natal." Para o empresário o Anjo Azul poderia ficar em alguma praça, na entrada da cidade e até no canteiro central da via em frente ao local onde está hoje. "Adotaria e manteria o lugar para onde o anjo fosse", garantiu.

Em 2010, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos de Natal (Semsur) chegou a ser contatada pela Galeria Anjo Azul, mas a doação não prosperou: "Quando a Galeria entrou em contato conosco, houve interesse e fomos até o local fazer uma avaliação técnica e chegamos a conclusão de que o procedimento seria dispendioso e arriscado", declarou a assessoria de imprensa da Semsur na época. Os técnicos identificaram dois problemas básicos: primeiro, a escultura foi construída no próprio local, fato que dificulta a remoção e transporte; segundo, a estrutura é oca e isso torna a obra mais frágil do que aparenta.

Em abril do ano passado, a vitralista curitibana radicada em Natal Analys Berti, amiga de Adroaldo Carneiro, aceitou ficar com o Anjo Azul e tinha a intenção de transformar a escultura em ponto de referência na praia de Caraúbas, no município de Maxaranguape, onde tem uma casa e mantém seu ateliê. Ela chegou a pedir apoio para a prefeitura local, e como não concordou com o local sugerido para instalação acabou recuando. "Não quero colocar a escultura no meu quintal, imagino uma praça bem cuidada, onde as pessoas poderiam se encontrar para tirar fotos", disse.

Diante do impasse, em julho de 2011 entra em cena outro personagem dessa novela: o empresário Walde Faraj. Responsável pela realização do Circuito de Festivais Gastronômicos do RN, Faraj teve a ideia de levar a obra para Monte das Gameleiras, município serrano da Borborema Potiguar, divisa com a Paraíba. O local já estava escolhido, havia planos de mudar a cor(!) do Anjo para melhor contextualização com a paisagem. Porém, mais uma vez, a proposta não avançou. "Temos interesse, mas não temos como cobrir esses custos de R$ 30 mil", justifica a prefeita Edna Régia Sales Pinheiro.

Para Jordão, o investimento não é alto quando analisado o custo e o benefício que o Anjo Azul pode trazer - é fato o apelo turístico que a obra sugere. "Estou em campanha, oferecendo o Anjo, e espero encontrar alguém interessado que cuide bem dele." Para entrar em contato com o artista, os telefones são 84 9603-8876/9950-0957

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

 A impotência do ser diante da violência
Por Leide Franco


Ligo a TV e as notícias mais comuns estão relacionadas com a violência. O país inteiro está vivendo uma insuportável onda de insegurança muito pública. Estamos presenciando uma guerra não declarada que está tomando proporções inaceitáveis, e só nos resta um golpe de sorte para nos livrar de todo esse mal estar encravado em nosso habitat. Só nos resta o medo de que a qualquer momento podemos ser a próxima vítima.

Eu, você não estamos preparados para conviver com isso. Não temos o que fazer, faltam alternativas. Cruzamos os braços, não por conivência, mas por impotência. O que podemos fazer com o mal que consome a humanidade? O mundo está doente, em coma. E nós somos afetados por todo tipo de estilhaço que de vários ângulos surge. Vamos continuar vivendo cada vez mais em uma sociedade enclausurada dentro dos nossos muros altos com portões de ferro grosso, pesado, cercados por fios elétricos e alarmes ensurdecedores.

Quem poderia imaginar que sentar na calçada de casa, à noite, e ficar horas conversando com os vizinhos seria em tão pouco tempo prática obsoleta? 

Às vezes fico pensando que cada um de nós carregamos culpa pelo fato de termos chegado a um mundo tão estranho. Deve ter sido a falta de olhar no olho do outro e perceber que ele também é gente. Pode ter sido culpa das vezes que não deixamos uma palavra amiga, um voto de esperança, um bom gesto... Passamos a construir um mundo que dia a dia foi se segmentando e se rotulando, e assim, cada um passou a viver por si só e o resto que... Ah, dane-se!

Acesso um link de vídeo e lá vejo dois rapazes de caras limpas -  com a coragem de quem acorda às 5h da manhã para trabalhar no pesado, encarando o sol - empunhando armas e assaltando uma padaria. Tão seguros daquilo que estavam fazendo como se estivessem defendendo a maior causa de suas vidas. Eles estavam atrozes como dois monstros que não queremos ver nem no melhor filme de Alfred Hitchcock.

Minha esperança e fé nessa humanidade estão cada vez mais deprimidas. E eu tão jovem com meus vinte e poucos anos, e eu que ainda nem vi tudo nessa vida, já não acredito mais naquela sociedade justa que sonha com uma vida harmônica, fraterna, tal qual defendia Platão em “A República” e que tratava do fim do caos da realidade a partir da reforma social. Bela utopia! Na vida nua e crua, é como se estivéssemos reféns da vida que não queremos ter, na qual amai-vos uns aos outros não passa de literatura bíblica.



Administradores da desgraça 

Veja o que as "autoridades" dizem a respeito daquela fuga de Alcaçuz. As declarações roçam a boçalidade, como se fôssemos todos uns loucos ou bobos alegres. Admitem-se as falhas, a incompetência, a triste situação a que estamos atirados. Fica a nítida impressão de que estamos entregues a um magote, a uma tola congregação de adminstradores do caos e da desgraça.

Vídeo mostra assalto a padaria em Petrópolis

A frieza dos bandidos. O assaltante é um ser humano despido de quaisquer sentimentos de respeito e consideração aos valores éticos. Sente-se no direito de roubar, extorquir de outros mediante o uso da força, da brutalidade até. Em Natal, cidade onde o policiamento, quando existe, deveria manchete tão raro é esse acontecimento, os bandidos fazem a festa.Roubam, fogem da prisão quando querem, matam, violentam. Segurança, em Natal ou no estado como um todo, é coisa que só existe na propaganda do governo. Veja como se deu mais uma ação, ocorrida hoje de manhã.

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Bart Simpson

Vejo na Folha e compartilho

Supremo mantém poderes de investigação do CNJ

DE SÃO PAULO

A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira manter os poderes de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Por 6 votos a 5, a decisão reconheceu a autonomia do órgão em abrir investigações contra magistrados.
A decisão contraria liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello no fim do ano passado, atendendo pedido feito pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que tentava fazer valer a tese de que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) só poderia investigar magistrados após processo nas corregedorias dos tribunais estaduais. 

 
Iniciado ontem, o julgamento sobre a atuação do CNJ provocou intenso debate no plenário.
"Até as pedras sabem que as corregedorias [locais] não funcionam quando se trata de investigar seus próprios pares", afirmou o ministro Gilmar Mendes, que votou a favor da atuação do CNJ.
"As decisões do conselho passaram a expor situações escabrosas no seio do poder judiciário nacional", concordou Joaquim Barbosa, também afirmando que, por esse motivo, houve "uma reação corporativa contra o órgão, que vem produzindo resultados importantíssimos no sentido de correção das mazelas". 

A discussão girou em torno de duas teses distintas. A primeira, que prevaleceu, afirmava que o CNJ deve ter amplo poder de investigar e, inclusive, de decidir quando os processos devem correr nos tribunais de origem. 


Sérgio Lima/Folhapress

Ministros no plenário do STF durante a sessão do STF que julgou ação sobre o CNJ
Ministros no plenário do STF durante a sessão do STF que julgou ação sobre o CNJ               
"Uma coisa é declinar da competência, outra é ser privado de sua competência", argumentou Ayres Britto. Além dele, de Mendes e Joaquim, também votaram assim os colegas Rosa Weber,Cármen Lúcia e José Antonio Dias Toffoli. 

Já a segunda tese, encabeçada por Marco Aurélio Mello (relator do caso e autor da liminar que suspendeu, no final de dezembro, os poderes originários de investigação da instituição), afirmava que investigações contra magistrados devem ser, prioritariamente, ocorrer nas corregedorias dos Estados.
Com ele, votaram Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello e o presidente da Corte, Cezar Peluso.
O julgamento, porém, continuava por volta das 21h20 para a análise de outros itens da ação da AMB. 

SESSÃO PÚBLICA
 
Durante o julgamento, os ministros decidiram analisar ponto por ponto do que foi contestado na ação da AMB.
Entre os itens discutidos, o Supremo manteve o entendimento de que todos os julgamentos de magistrados devem acontecer em sessão pública.
Os ministros entenderam que é constitucional a parte da resolução do CNJ que estabelece a publicidade de todas as sessões que julgam processos disciplinares. A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), autora da ação contra o conselho, argumentava que, nos processos que pedem a punição de "advertência" e "censura" de juízes, as sessões deveriam ser secretas. Isso porque a Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nancional) define que essas duas sanções tem caráter sigiloso. 

Os ministros também afirmaram que o CNJ não pode definir onde os magistrados devem responder administrativamente, quando processados em seus respectivos tribunais.
A AMB questionou o fato de o CNJ ter escrito em sua regulamentação que as corregedorias devem apurar irregularidades cometidas por juízes de primeiro grau, enquanto as presidências devem investigar os desembargadores e que ambos devem avisar o conselho quando decidirem arquivar os processos. Neste caso, os ministros afirmaram que cada tribunal deve realizar internamente essa "divisão de atribuições". 

O STF, no entanto, não suspendeu os artigos questionados, mas proferiu a chamada "interpretação conforme". Ou seja, definiu que a resolução do CNJ é constitucional, ao definir que os tribunais devem apurar as irregularidades e avisar o conselho quando decidirem arquivar os casos, mas não poderia dizer que os corregedores atuarão em alguns casos e os presidentes em outro -- referindo-se apenas ao "órgão competente" responsável pelo processo.
Deífilo, a voz do mestre, a voz do povo

http://www.google.com.br/imgres?q=deifilo+gurgel&hl=pt-BR&safe=off&client
O grave estado de saúde do folclorista Deífilo Gurgel dá-me a sensação exata do quanto são importantes os velhos estudiosos, seus trabalhos e crença naquilo que fazem. São homens do tempo, parceiros da identidade mais íntima e mais anímica do povo. São eles quem guarda as coisas etéreas,valores, verdades populares, o imaginário fabuloso das lendas, mitos fulgurantes, causos extraordinários, representações fantásticas. 

O anúncio de sua morte, depois desmentido, causou-me um sentimendo de perda, de ausência, lacuna. Deífilo encarna, em seu saber e em sua presença, os idos do tempo, cantigas velhas, a brisa das lembranças que acodem quando falamos de povo, em sua aceção de grande coletivo de almas e suas crenças ingênuas, plenas de uma certa beleza que as gentes e os comuns têm da vida. 

Em sua obra está o sertão grande em hora de noite fechada, o vendo zunindo no tronco do arvoredo, o homem esporeando o cavalo fugindo da cruviana. Em sua voz estão os cantares, capelinhas e folguedos que o tempo de hoje teima em esquecer.
Jornalismo de excelência ou jornal não é guardião da honra de ninguém

O caso dos precatórios no Tribunal de Justiça, exposto a plena carga pela imprensa, reconfirma o papel do jornal como instituição essencial à democracia e à transparência do funcionamento dos Poderes. Até onde me informa o bom senso, tem sido de importância capital a presença dos jornais para que o assunto, ganhando espaço e força nas manchetes, ênfase e saliência na opinião pública, venha a ser apurado às últimas consequências.

O que a imprensa tem noticiado revela como a máquina burocrática do Tribunal de Justiça tinha falhas que permitiam a prática do desvio de dinheiro público. Por essas brechas, segundo se diz, atuavam os acusados. Os jornais mostram isso com notável precisão: os arranjos, o processo de fraude, a manipulação de documentos que, aparentemente cumprindo os trâmites exigidos, sugeriam legalidade ao gesto peculatário. 

Lembro palavras de Luís Maria Alves, o velho comandante do Diário de Natal: "Jornal não é guardião da honra de ninguém." Queria com isso dizer que o jornalismo se atém aos fatos e simplesmente os reproduz à luz do que constatou e apurou; sendo assim, cada um que zelasse pela sua reputação, pois aos jornais caberia denunciá-lo em caso de abuso qualquer que fosse. 

Claro, tal consigna está alicerçada na visão de objetividade, com todos os questionamentos que a envolvem, uma vez que um mesmo fato pode ser apresentado de variadas formas. Questão acadêmica à parte, o caso do TJ está sendo apresentado de forma objetiva. Não há como recusar que algo aconteceu, e isso obriga a Justiça e se fazer dentro da própria Justiça.

Os jornais estão cumprindo com rigor e isenção o dever de informar. Apuração é feita e pode ser percebida fartamente na forma como o noticiário é apresentado: matérias longas,detalhadas, divididas em retrancas - retrancas são matérias complementares - explicando como tudo se passou.

É importantíssima a ação dos jornais em casos como esse, quando já existe neste país uma sociedade civil atenta e indignada. Jornalismo é uma parte desse processo a que se chama sociedade civil, esse espaço social, público, onde se confrontam ideias e se propugna pela moralidade, combatendo-se, por isso mesmo, ideias e comportamentos em campo contrário. 

Silenciar, em tais circunstâncias, significa ser caviloso e alcoviteiro da indecência; cometer por omissão apoio ao esgarçamento da rede ética que deve servir de liame à vida na polis. Frente e isso, o jornal é a praça social para onde converge o olhar da cidadania, imerso o próprio jornal no mundo que noticia. Age, assim, em processo de representação do teatro do mundo ao mesmo tempo em que participa da tragédia histórica desse mesmo mundo. A notícia como meta-acontecimento. 

Pode-se compreender o que digo com um exemplo simples: é do senso comum dizer "deu no jornal". Ou seja: está nas ruas, é parte do rumor social. Com isso o jornal se torna uma espécie de entidade, um sujeito que, em sua virtualidade de sujeito, está para o cidadão como se fora outro cidadão. O noticiado passa a ser uma nova notícia, pulsante como o antigo grito dos gazeteiros: "Olha o jornal!"

Chamo a isso, a esse capacidade de noticiar e representar o mundo, de eficácia editorial, ou seja: potencialidade de influir junto à sociedade, fazer valer sua informação e sua opinião. Assim, se tal opinião e informação estão em sintonia fina com o que deseja a sociedade, cujos valores éticos e morais devem ter acolhida nas folhas, encontramos aí a repercussão, encontramos assim a eficácia editorial manifesta na perplexidade e, desta, na indignação das ruas.

Os valores pétreos da sociedade preexistem ao noticiário, são seus referentes. Quando atacados merecem o petardo das manchetes. A imprensa tem o dever da verdade. Não vou entrar aqui no debate do que seja esse conceito, filosoficamente. Quero dizer verdade na acepção de relato que coincide com o objeto que foi relatado, suas características, causas e consequências. E sou levado a supor, pelo que li, que as coisas estão sendo contadas conforme ocorreram.

Os jornais estão corretos em seu trabalho. É preciso levar adiante a luta. As pessoas acusadas, se confirmada a sua culpa, seriam responsáveis por crime de grande perversidade. De alguma forma o dinheiro desviado para uso suntuário faltará numa escolinha de bairro, na segurança pública, numa casa de parto, num grande hospital público, na conservação de estradas e outros bens públicos. De forma também perversa, tal prática enuncia a cultura da corrupção como naturalizada na máquina pública, quase uma praxe. Desta forma, será preciso ir a fundo nesse abismo. Sem medo de se ferir.

*  Minhas congratulações a Anderson Barbosa, do Novo Jornal, Isaac Lira, Marco Carvalho e Ricardo Araújo, da Tribuna do Norte, e Allan Darlyson e Paulo de Sousa, do Diário de Natal.



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Diego Cortijo/France Presse
A coragem desses índios

As coisas de jornal da Folha me mostram essa foto divulgada pela ONG Survival International. O registro é da tribo de índios peruanos Mascho-Piro. Minto: não são índios peruanos. Esse discurso de dizer que índio tem a nacionalidade do branco que os dominou é parte da mentira que justifica a dominação.
Esses guerreiros não são peruanos; moram numa terra que os brancos chamam de Peru.

Os chamados índios são homens e mulheres de outras culturas que não tiveram condições materiais de repelir com eficácia os brancos que chegaram há cerca de 500 anos e assim acabaram dominados, explorados, aculturados e humilhados. 

Isso não acontece com os Mascho-Piro; eles não têm contatos com o homem branco. Um fotógrafo que tentou se aproximar caiu fulminado por uma flecha. Do mesmo modo que os americanos fariam, por exemplo, se um árabe se aproximasse de suas praias num barco. Onde está a "civilização"? Quem é o "selvagem?"

Que esses guerreiros continuem a desfrutar de sua vida na selva, defendendo-se dos brancos.
Querem entornar o viaduto do Baldo


Leio estarrecido matéria do Diário de Natal (ver abaixo) e chego à conclusão: só podem estar com tipo de brincadeira sinistra ou realisticamente esperando o pior: um desastre, uma hecatombe para então "tomar providências". Mais claramente: o viaduto do Baldo tem tecnicamente a possibilidade de desabar e nenhuma autoridade faz nada. 

Segundo o jornal, o viaduto cedeu dez centímetros e sua estrutura tem internamente bolsões de água. Isso decorre de fato histórico na administração brasileira: a leniência, a inapetência para atuar preventivamente. É uma manifestação sui generis do laissez passer francês ou do let it be dos ingleses: deixa estar, deixa passar. Ou o brasileiríssimo deixa como está pra ver como é que fica. 

Só que o viaduto, do jeito que está, não fica: pode vir ao chão. Enquanto isso, no mundo virtual da propaganda dos governos está tudo muito bem; a saúde é socializada, a educação melhorou estupidamente, o calçamento das ruas é um primor, Natal até merece uma Copa do Mundo. Sabe como é...

O problema é quando um dia ou uma noite tenebrosa registrar o horror de um rugido de pedra. É o viaduto do Baldo escorrendo, escorrendo como um rio de concreto e ferros. Aí será tarde, eles conseguiram; com seu descaso e insensibilidade, entornaram o viaduto do Baldo.

Viaduto do Baldo já cedeu 10 centímetros e corre risco de desabamento
Publicação: 31/01/2012 10:56 Atualização: 31/01/2012 12:10

De Sérgio Henrique Santos, especial para o Diário de Natal

O caso mais crítico de falta de inspeção predial em Natal parece ser o Viaduto do Baldo, entre a Cidade Alta e o Alecrim, região central da capital. Por dia, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) estima que trafegam no trecho aproximadamente 5 mil veículos. Mesmo sendo um fluxo relativamente pequeno (comparado à ponte de Igapó, por exemplo, onde circulam 50 mil carros), é preciso atenção. Construído no estilo caixão há 34 anos, o velho viaduto foi erguido em concreto protendido, onde cabos de proteção substituem armaduras de ferro. Por causa da ação do tempo e da falta de manutenção, o Viaduto do Baldo já cedeu dez centímetros, conforme constata o último laudo técnico feito no local, em 2009. Pior: sem manutenção, 98% de estruturas antigas como essas seriam reprovadas em uma vistoria predial, avalia especialista na área.
 (Fábio Cortez/DN/D.A.Press)
De acordo com o engenheiro civil que realizou o laudo, a pedido da Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura(Semopi), o problema ocorre por causa das infiltrações. "Esse viaduto é um buraco oco por dentro, onde só há cabos. A armação tem corrosão, os cabos estão expostos. Estruturas assim não podem ter fissuras. Ao longo da laje percebemos a estrutura deformada. Há barrigas, desnível. Essa parte da estrutura já cedeu cerca de 10 centímetros. Como não há drenagem para fora, a água entra, se aloja, causando corrosão das estruturas. Isso faz peso no viaduto", constata Fábio Sérgio da Costa Pereira, engenheiro civil especializado em avaliações e perícias de engenharia. Quando a equipe do engenheiro fez um buraco para averiguar a situação, em 2009, água acumulada ao longo de anos jorrou no chão. "Pode acontecer um colapso da estrutura".

Embaixo do viaduto, ferros estão expostos, manchas pretas decorrentes de água de chuva se formam nas juntas de dilatação, há diferença entre os pilares e as paredes de apoio à estrutura. Algumas juntas de dilatação estão abertas. Entre elas, caberiam dois ou três dedos de um adulto. Alguns elastômeros, espécie de placas (ou calções entre a laje e o pilar), foram esmagados com esse excesso de peso por cima do viaduto. "Há muita água acumulada. Plantas nasceram ao longo de toda a estrutura e só existem plantas onde há água. Passando de carro, por cima, a gente percebe um desnível. O carro dá um pulo", relata o engenheiro.

Falta legislação que obrigue realização de inspeções


A solução para problemas em grandes estruturas como o Viaduto do Baldo e outras obras antigas, como a Ponte de Igapó (inaugurada em 1970), prédios históricos como o do INSS na Ribeira e edifícios antigos no centro da cidade, seria a realização de inspeções prediais periódicas. Não existe, no Rio Grande do Norte, uma legislação que oriente órgãos públicos a realizar a inspeção predial em seus prédios ou em prédios particulares. A Câmara Municipal de Natal deve votar um projeto de lei em março tentando regulamentar a inspeção predial na capital. "Atualmente essa fiscalização está entregue às construtoras. Se uma construtora tiver má-fé, faz o que quer porque não tem quem fiscalize. Muitas, inclusive, terceirizam e deixam de arcar com a responsabilidade", explica o engenheiro Fábio Pereira.

Uma lei que regulasse a manutenção periódica de cinco anos, para prédios novos, e anual para prédios antigos, seguiria as diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do Instituto Brasileiro de Avaliações ePerícias (Ibeape), que orientam como devem ser feitas as inspeções prediais, desde a documentação até as vistorias na estrutura. O problema é que deve haver uma legislação específica para tornar a aplicação dessas normas uma obrigação. Hoje, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) fiscaliza o exercício da profissão e a responsabilidade de uma obra, normalmente um engenheiro. O Corpo de Bombeiros vistoria apenas itens de segurança. Falta algum órgão que faça a manutenção da estrutura dos prédios, avaliando, por exemplo, riscos de desabamentos.

O Diário de Natal tentou entrar em contato com o titular da Semopi, Sérgio Pinheiro, cuja secretaria é responsável por estruturas urbanas como o Viaduto na região do Baldo. Ele não atendeu às ligações da reportagem.

Na Ribeira, galpões são remodelados sem reforço

A iminência de Natal repetir tragédias como a vista nos desabamentos do Rio de Janeiro é real. Falta fiscalização para realizar vistorias periódicas em prédios e estruturas com mais de 15 anos de construção. Sem as inspeções, estruturas antigas como os prédios da Ribeira, a quarentona ponte de Igapó e o antigo viaduto do Baldo, na região central, correm riscos de desabar. "Numa vistoria de inspeção predial, acredito que 98% seriam reprovados de acordo com as normas do Ibeape, seja por falta de documentos da obra ou de problemas críticos estruturais mesmo", alerta o engenheiro civil Fábio Sérgio Pereira, especializado em avaliações e perícias de engenharia.

No bairro da Ribeira, um dos problemas reside no fato de que muitos proprietários fazem modificações na estrutura dos prédios e reformas, sem fazer avaliação nos projetos nem contar com o impacto acústico. Alguns galpões, por exemplo, se tornaram bares, boates e restaurantes. "As pessoas retiram vigas e paredes sem conhecer a planta do prédio. Querem salões grandes, dar mais espaço de circulação, e fazem a retirada desses pilares. É preciso um estudo para ver onde cabe ou não retirar paredes, ou caso sejam retiradas, haja um reforço. O problema não é a retirada, mas como será feito o reforço para evitar problemas".

Na Ribeira, os prédios também estão com estrutura comprometida, especialmente os imóveis da Rua Chile, uma das mais antigas da cidade, e as marquises da Rua Dr. Barata. "Não se fazem serviços de manutenção. Muitas marquises estão com corrosão e ferro exposto. Está prestes a haver um desabamento. O ideal seria um reforço e impermeabilização nessas marquises", relata o engenheiro Fábio Pereira. Outra preocupação é a estrutura de segurança para evitar incêndios, provocados comumente por causa de curto-circuitos. "Isso também está ligado à falta de manutenção por parte dos prédios, e também dos condomínios que existem aqui em Natal. Os síndicos é quem devem providenciar a vistoria anual dos Bombeiros". 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Um monte de monturos

http://www.google.com.br/imgres?q=pol%C3%ADtica+lixo&hl=pt-
Um pequeno título de matéria na capa da Folha me chama a atenção: em três linhas de 18 toques o jornalão dos Frias informa: "Justiça permite que vítimas do Rio acessem escombros". 
Escandindo o sentido do texto poderíamos supor que precisamos sim acessar os escombros desse país. Há montes de monturos. Todos sabemos disso. Há uma ruína política que somente cresce; e desse crescimento brotam novos e mais escombros. 

Talvez algum dia turistas de outros países venham conhecer nossas ruínas morais, desmoronamentos éticos e outras desgraças. A corrupção renderá um bom dinheiro...