quarta-feira, 15 de outubro de 2014

EXTRA! EXTRA! EXTRA! Matéria de última hora




Descoberto o mosquito aécio do egyto 

http://www.ultimahora.com/aedes-aegypti-el-desinteres-la-gente-limpiar-su-casa-me-beneficia-n578254.html
Renomados cientistas acabaram de descobrir a existência do ameaçador mosquito aécio do egyto e alertam à população: o mosquito transmite o vírus da febre eleitorite.

De acordo com os estudiosos, o mosquito espalhou-se por todo o território nacional e pode ser encontrado facilmente em jornais impressos, TVs, rádios, Facebook e Twitter, além de blogs e jornais online. Se o leitor não tomar cuidado, será picado. 

Os principais sintomas da febre eleitorite são: firme convicção de que o Estado deve ser minimizado, bens e patrimônio públicos privatizados e o Banco Central ancorado aos interesses do mercado.
O aécio do egyto encontra-se agora em sua fase alada, percorrendo todos os pontos do país.

Há, todavia, uma vacina: basta você se imunizar com boas  informações e conhecer de perto a realidade nacional, que estará vacinado contra a ação do aécio do egyto. Portanto, previna-se: alerte familiares, parentes e amigos. Ainda há tempo. Feito isso, pode comparecer à urna e votar sem medo. 


domingo, 12 de outubro de 2014

Marina foi se pintar



Aécio deitou-se  espertamente em Rede esplêndida


http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/08/marina-promessas-ineditas-politica-2014.html
O esperado pronunciamento de Marina perdeu a oportunidade de ser historicamente dramático para assumir a condição de ato patético. Teria acumulado poderosa carga retórica caso inserido ao processo histórico poucas horas após o primeiro turno. Isso teria revelado decisão, ousadia, capacidade de assumir riscos em meio ao fragor dos acontecimentos. 

O que aconteceu, todavia, foi uma demorada, longuíssima espera, tomando-se como parâmetro o tempo eleitoral e suas urgências. Ocorreu o seguinte: o prazo se escoava e o candidato tucano não tinha tempo a perder aguardando que a morena Marina terminasse de se pintar. Enquanto ela se maquiava no camarim político, seu desejado pronunciamento distanciava-se do instante preciso e ela desperdiçava o momento psicossocial perfeito para assumir, até mesmo com glamour midiático, a atitude vigorosa de valquíria amazônica.

Não tomo como referência o ato em si, o gesto teatral que também é marca da política desde as ágoras atenienses. Fixo como referente a firmeza do ator político, coragem pessoal para dizer “eu sou assim e quem quiser que me aceite assim”. Faltou a Marina essa decisão rápida, essa robustez de rocha.
Suas palavras, uma semana após a eleição, funcionaram muito mais como um “dê licença”, para entrar na festa tucana que um “cheguei e estou aqui”. Sua demora em tomar partido pareceu muito mais relutância que reflexão, incerteza em vez de meditação, claudicância em lugar de marco rijo cravado no chão instável do território político.  

Primeiro Marina perdeu, até taticamente, a oportunidade de colocar-se como fiel da balança. Depois, deixou escapulir a chance de apresentar-se como figura impávida, decidida e decisiva, aliada ideal para o Dia D de Aécio Neves. Perdeu a chance porque não é nem uma coisa nem outra. Como demorou demais assumiu papel no elenco de apoio, ajudante de remo na canoa tucana.

Marina, ao anunciar a sucumbência, lembrou a carta “Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável”, apresentada por Aécio, na qual estão elencados propósitos que, aparentemente, atenderiam os desejos de um ambientalista; no caso ela mesma. Marina os enunciou e aplaudiu. 

Todavia, no intricado ambiente ideológico-comunicacional o que se deu foi o seguinte: não foi Aécio quem aderiu a Marina; foi ela quem a ele se juntou, percebe? Ele, não ela, apresentou uma carta de princípios. Ao ler os propósitos de Aécio ela nada mais fez que isso mesmo: ler os propósitos de Aécio. O documento é dele. Ela apenas acompanha os ditames aecistas. Ele é o protagonista, ela o apoia. Não é ator antagonista. Como não tem bancada ou partido sequer poderá esboçar qualquer cobrança proximamente, uma vez que não tem poder de pressão. 

Quanto a Aécio, caso eleito e vindo a realizar alguma das metas de conciliar desenvolvimento com sustentabilidade, poderá dizer que cumpre com seu próprio programa. Ela unicamente o secundou. 

O político mineiro, mineiramente, disse coisas que a atrairiam e ela deixou-se atrair. Para ele, Marina agora é um trunfo. Para ela, Aécio tornou-se algo como um líder. E tudo o que a pretendida Rede Sustentabilidade poderia anunciar no futuro como fruto de sua essência agora é propriedade política do PSDB, devidamente registrada no cartório da história. Aécio puxou a Tancredo. Sabido, foi paciente e afinal deitou-se espertamente em Rede esplêndida.