quarta-feira, 15 de março de 2017



A Lista Janot e os pecadores públicos

Em política não existe santo; mas tem gente que, com certeza, você sabe que é demônio. Nessa catedral de viciosos, onde os sacerdotes da degradação oficiam seus ritos de pecados políticos instalou-se a Lista Janot, colocando em muitos a pecha de pecador público. 

E enquanto as ruas do país estão tomadas por gente indignada, gritando ante tantos crimes e tantos criminosos, os pecadores oficiais têm um aliado: confiam no tempo, nas delongas dos processos, na lerdeza da Justiça, no cansaço e, afinal, no esquecimento do povo.
Esperam o próximo ano como rota de fuga. Mas devem levar em conta que que, com certeza, 2018 será uma perigosa travessia, tão dramática e complexa será a situação. 

De um lado as elites flagradas em sua nudez criminal; do outro, os trabalhadores, vítima favorita de seus contumazes sugadores.
O embate ideológico será de altíssimo nível. Vai ser terrível, tenha certeza, pois a situação terá chegado ao limite: o apodado presidente Temer tentará cumprir com a aviltante empreitada de sufocar aqueles que trabalham a produzem; buscará entregar dinheiro aos grupos nacionais e multinacionais; intentará acabar com a aposentadoria e afinal retalhar o país para criar sesmarias ao capital forâneo, ávido e sem limites. 

Forças poderosas se erguerão de um lado e de outro. Marqueteiros tentarão a peso de ouro convencer a massa de que os atuais ocupantes do Poder são seres bondosos, santos de mãos estendidas, puríssimas criaturas: portanto, deve-se neles votar.

Mas é preciso lembrar: mesmo com a aposta no tempo como aliado vicinal, nada garante que as coisas venham a dar certo e os acusados consigam escapar como os vilões de muitos filmes. 

Os ânimos estarão exaltados e, esteja certo: nessas horas, nos momentos de grande indecisão histórica, muitos se voltam para o lado de quem chama Deus mas acende vela ao diabo.

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